Maio de 2025 Vol. 1 Edição 1
A CRIA NÃO NASCEU PRONTA
Nasceu da vontade de criar — com as próprias mãos, com o que tinha em volta. Começou entre pranchas de madeira, pallets e máquinas emprestadas, quando a marcenaria ainda era mais poeira e suor do que qualquer outra coisa. No início, a gente nem conseguia investir em produto. Então, o jeito foi oferecer serviço. E nesse corre, a gente foi entendendo que o design ia muito além da estética. Tinha a ver com identidade, com propósito, com transformar o cotidiano dos clientes que contratavam a gente.

Naquela época, o design ainda não tinha nome. Era mais intuição do que método. Mais vontade do que ferramenta. As primeiras encomendas foram despretensiosas — caixas de madeira, paineis decorativos, estandes de feira. A gente topava tudo. Era muito mais simbólico, mas foi como acender a luz de um novo caminho. Os pedidos vieram devagar. Amigos, amigos dos amigos, gente de feira, estudantes. A gente produzia nas horas vagas, no fundo da casa dos pais de Davi, dividindo espaço com a vida pessoal.
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